Talvez porque curto histórias de super-heróis, os filmes da Marvel sempre me atraíram! Em particular gosto dos personagens do Homem de Ferro (Tony Stark) e do Capitão América (Steve Rogers). Esse último filme – Guerra Civil – foi muito bom! Comprei até uma revista em quadrinhos (HQ) dessa série. Isso mesmo! Tem uma série chamada Guerra Civil !!!
Uma das coisas que me chamou atenção nesse filme foi o surgimento cada vez maior de “aprimorados/mutantes”. Pessoas com habilidades sobrenaturais que poderiam tornar a Terra um lugar melhor e mais seguro. Isso seria, segundo o filme, o próximo passo da humanidade, desenvolver talentos extraordinários! Apesar desses super talentos, gostaria de lembrar duas coisas que também marcaram o filme.
Primeira, habilidades diferentes geram novas dificuldades. Não vou contar o filme, mas surgiram efeitos colaterais das batalhas dos Vingadores. Destruição, morte de inocentes e famílias revoltadas. Os problemas não diminuíram. Segunda, problemas de relacionamento ainda existiam. Como a falta de respeito ao próximo, de sinceridade, de amor; egoísmo, orgulho, desejo de roubar, de matar, sentimento de culpa, depressão, etc… Esses pontos mostram que os fantásticos poderes NÃO foram capazes de deixar os super-heróis nem o mundo sem defeitos e pecados.
Se mutação não torna uma pessoa melhor, então como podemos ser melhores? Pela experiência de vida, podemos começar pelo primeiro passo: o amor. Todas as vezes que o amor prevalece coisas boas acontecem, nos tornamos melhores. Existem inúmeras “receitas” sobre esse passo, por isso prefiro tratar de algo anterior a qualquer tipo de “5 passos”. Precisamos definir primeiro um referencial de amor.
Seríamos melhores em relação ao que ou a quem? No filme, como na vida real, o ponto de partida foi o ser humano. E daí? Seria errado eu tentar me amar primeiro para então amar os outros? Ou desejar ser como Martin Luther King? Ou buscar ser correto como o Capitão América? Essas e outras perguntas semelhantes têm a mesma resposta: Claro que não! Mas, pode ser perigoso. Explico.
Pessoas são falhas e pecadoras. Uma decepção pode nos fazer desistir de amarmos de verdade. Outra coisa, quando não conseguimos nos amar primeiro, a primeira coisa é descontar nos outros. Viu? Precisamos de um referencial mais excelente, sem pecados, perfeito. Por isso gostaria de apresentar uma alternativa. Desejo falar sobre Jesus Cristo. Mostrar porque Jesus deveria ser seu referencial de amor.
Deus, o criador de tudo segundo a Bíblia, sabe o que é melhor para nós. Através da vida de seu filho Jesus Cristo ele nos mostrou o caminho para nos conectar a Ele e assim aprendermos a viver novos padrões de vida. A fé e a obediência em Jesus Cristo é o caminho do amor excelente. Essa mudança não é um processo finito neste mundo, mas começa aqui de forma sobrenatural. Deus deseja que eu e você “alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo”. (Ef 4.13) É um poder transformador que vem de Deus! Está disponível!
Como meta de vida, deveríamos buscar sermos iguais a Cristo. Ele nos ensina a amar de forma mais perfeita. Como ele conseguiu nos amar de forma tão excelente? Ele agiu segundo a vontade de Deus, não segundo a vontade humana. Isso fez toda a diferença! E ainda hoje produz transformações na vida de quem o imita e nos que estão ao seu redor. Isso evita vários problemas.
Voltando ao filme, Stark descobre um segredo e fica com ódio do seu melhor amigo Rogers. A armadura não impediu o Homem de Ferro de sentir e reagir como qualquer pecador. É incapaz de perdoá-lo. Começou então uma luta fatal. Diferente de Stark, Cristo não foi dominado por sentimento de ódio por causa dos nossos insultos e pecados. Pois também Cristo não agradou a si próprio, mas, como está escrito: “Os insultos daqueles que te insultam caíram sobre mim“.(Rm 15.3) Isso significa que se Stark fosse cristão ele teria a opção de tentar jogar toda sua dor e ressentimento, primeiramente, em Jesus pela oração para receber em troca a paz de Deus. Com isso Stark teria buscado entender que seu amigo também era pecador e falho, poderia ter evitado a briga feia que tiveram. Agir dessa forma ajuda qualquer cristão a amar e perdoar aqueles que achamos que não merecem nosso amor.
A Bíblia diz que Jesus nos amou ao ponto de morrer por nós sem merecermos tal sacrifício!! Era sua missão! Como ele teve sucesso? Obedecendo a vontade divina. Pela vontade humana, a história seria outra! Na Bíblia encontramos Jesus afirmando que a vontade do Pai deve prevalecer: “Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua” (Lc 22.42). Quando decidimos imitar Jesus, sobrenaturalmente nossos sentimentos seguem o mesmo caminho, sendo moldados à vontade de Deus. Isso nos torna livres para dizer não ao ódio que nos consome, à falta de perdão que aprisiona nosso coração, ao egoísmo, ao racismo, etc… Para alguns, essa mudança acontece em dias, para outros leva meses. Depende do quanto amamos a Deus e buscamos obedecê-lo!
Digo “depende” porque crer em Cristo não nos torna perfeitos! Cada um tem suas limitações. Veja alguns exemplos: Barnabé e o Apóstolo Paulo também discutiram, brigaram feio por terem opiniões diferentes! “Isso levou Paulo e Barnabé a uma grande contenda e discussão…” (At 15.2). Em outro momento, o Apóstolo Pedro foi dissimulado, e levou Paulo a repreendê-lo diante de todos: “Quando, porém, Pedro veio a Antioquia, enfrentei-o face a face, por sua atitude condenável…” (Gl 2.11,12). Vitória total sobre nossas falhas só acontecerá quando Jesus voltar! Enquanto isso, o agir de Deus em nós pela fé em Cristo, nos dá forças para praticarmos o amor uns com os outros.
O arrependimento abre portas para o perdão. Arrependa-se por ainda não ter tentado seguir esse padrão de amor. Perdoe você e aos outros também pelos erros cometidos. Fale com Jesus. Está escrito na Bíblia: “Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração”. (Jr 29.13) Ele dá forças e estratégias para resolver dilemas. Se Cristo importa para você, então sua obediência a Ele deve te dominar, ao invés da revolta e de ressentimentos. Faça isso e relacionamentos poderão ser restaurados com pessoas difíceis, apesar do passado ruim!
Sim, podemos ser pessoas melhores quando amamos. Mas se imitarmos Cristo poderemos superar mais obstáculos. Como está escrito: “Sobretudo, amem-se sinceramente uns aos outros, porque o amor perdoa muitíssimos pecados”. (1Pe 4.8) Quanto mais praticarmos esse amor como Jesus fez e ensinou, mais seremos parecidos com Ele, portanto pessoas melhores em amar, aprimorados segundo a vontade e o amor de Deus!
Em Cristo e com amor,
Paulo Corrêa.
Integra a equipe de pastores do presbitério da Igreja Batista Reformada de Brasília, Águas Claras/DF. Fundador e Editor do Ministério Justificação pela Fé. É formado em Teologia Livre pelo Seminário Martin Bucer/SP, pós-graduado em Pregação Expositiva e mestrando em Teologia Sistemática pela Faculdade Teológica Reformada de Brasília/DF. É Casado com Pâmela Corrêa, com quem tem uma filha, Ana Corrêa.
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