O que temos para dar?

“O que tenho eu lhe dou: pelo poder do nome de Jesus Cristo, de Nazaré, levante-se e ande.”  

Vivemos dias de muitas dificuldades no mundo. Nas grandes metrópoles e até mesmo nas pequenas cidades podemos observar com facilidade  a miserabilidade humana. Uns poucos milionários explorando de toda forma a classe menos favorecida. Além disso, o que se vê são muitas pessoas sofrendo com vários  tipo de doenças, síndromes e anomalias inexplicáveis.

Quem pensou que a revolução francesa, o socialismo, comunismo ou qualquer outro tipo de ideologia ou movimento social iria tornar a humanidade mais igualitária, enganou-se redondamente.

Desde os tempos de Caim e Abel a humanidade sofre por um único motivo: o pecado. E só há uma solução para esse problema: o arrependimento e a obediência a Deus.

Para amenizar o sofrimento do homem, o Eterno, através da Sua Igreja, resolve, quando lhe apraz,  violar as leis da natureza que regem os fenômenos ordinários e produzir fatos extraordinários, inexplicáveis à luz da ciência. Esses fatos são mais conhecidos como milagres.

Na nossa caminhada sobre o livro de Atos, enfim chegamos num divisor de águas. Esse é o início de uma era de milagres na vida da igreja.

Na sua caminhada com Cristo, os apóstolos acostumaram-se commilagres. Veja o que diz o Evangelista João sobre isso: “Ainda há muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem escritas, uma por uma, acho que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos.” (Jo 21.25). Não dá para imaginar a quantidade de milagres que eles viram.

Eles fizeram alguns milagres quando Cristo estava vivo: “Jesus enviou estes doze com as seguintes instruções: “Não se dirijam aos gentios, nem entrem em cidade alguma dos samaritanos. Antes, dirijam-se às ovelhas perdidas de Israel. Por onde forem, preguem esta mensagem: ‘O Reino dos céus está próximo’. Curem os enfermos, ressuscitem os mortos, purifiquem os leprosos, expulsem os demônios. Vocês receberam de graça; dêem também de graça.” (Mt 10.5-8).

“E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós.” (At 3.4)  Acho incrível a convicção de Pedro nesse episódio. Quanta firmeza! Imagine o olhar dele para o moço coxo! Dá a impressão de que ele passou com louvor no teste que descrevemos acima.

Alguns estudiosos imaginam que o homem coxo em questão tenha conhecido Jesus Cristo (antes), porém não conseguiu chegar perto Dele ou apenas o viu de longe. Isso é apenas especulação. O importante é que chegou o momento de acabar com o sofrimento. “Aquela enfermidade era para a glória de Deus.” (Jo 11.4).

Uma análise superficial dessa passagem e já percebemos o quanto desconhecemos o universo que vivemos, os planos de Deus, o destino e o futuro dos homens. Sócrates, o filósofo, provou a sua inteligência quando disse: “só sei que nada sei” e William Shakespeare, o escritor, afirmou: “Existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia”.

Você acha que alguém em sã consciência imaginaria que um dia aquele homem, coxo de nascença, pudesse andar? Duvido.

Sabe o que deixou esse fato mais incrível ainda, tanto para o homem, como para as pessoas que testemunharam ou ficaram sabendo depois? Um pescador ordenou esse coxo a se levantar e o coxo ficou curado, sob a autoridade do homem que, há algum tempo, tinha morrido na cruz como maldito e mentiroso. Que confusão na cabeça dos judeus hein? Um cadáver com poder!! Pode isso?!!

Além do que já vimos acima, existem outras questões nessa passagem que chamam a nossa atenção. Vamos enumerar algumas:

1ª) Os apóstolos continuavam vivendo de acordo com a cultura judaica, embora não praticassem mais o judaísmo. Mantiveram o costume das orações em horários pré-determinados, a frequência no templo e nas sinagogas, etc.

2ª) As Escrituras, principalmente o Novo Testamento, relatam milagres. Mas, percebe-se claramente que somente algumas pessoas tiveram o privilégio de realiza-los. Ao longo da Bíblia você pode enumerar, até com certa facilidade, os poucos “vasos de honra” que receberam essa prerrogativa.

3ª) Deus foi altamente glorificado. Esses prodígios, não foram fatos aleatórios, guiados pelo acaso. Foram ocasiões pontuais para confirmação da ação Divina naquela situação.

4ª) Os apóstolos aproveitaram-se claramente do momento para divulgarem o Evangelho e a ressurreição de Cristo. De modo nenhum tiraram proveito  da situação para engrandecimento próprio.

5ª) A atitude de humildade e submissão a Deus, a exclusividade dos milagres e a glorificação total ao Eterno, afastou dos apóstolos a acusação de charlatanismo. Ao recusarem qualquer tipo de compensação; fosse ela financeira, vantagens pessoais ou até mesmo simples elogios; eles adquiriram credibilidade para si e para a mensagem que proclamavam.

6ª) Mais uma vez, a demonstração do poder de Deus resultou na pregação do Evangelho.

Comparando essa situação ocorrida no capítulo 3 de Atos com os dias de hoje, notamos que as coisas mudaram em muitas igrejas locais. Fica evidente que o joio semeado pelo inimigo, citado por Cristo em Mt 13, teve bastante êxito na tentativa de banalização do Evangelho.

Cruzadas e campanhas dirigidas por falsos pregadores e milagreiros, tem se multiplicado mundialmente, com destaque para a América Latina e outros países do terceiro mundo, cujas populações, em sua maioria, sofrem com dificuldades sócio-econômicas.

Se no início do Cristianismo os milagres eram raros, hoje em dia, são vistos ao vivo na TV, no youtube e outros tipos de mídia.

Você poderia questionar: não acontecem mais milagres hoje em dia?É possível. Deus, que é misericordioso, continua a curar, libertar e salvar. Mas, lembrem-se de Isaías 42.8: “Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura”.

No grande julgamento, esses aproveitadores, que abusaram da condescendência de um povo ignorante, pobre, cego e nu, dirão, conforme Cristo ensinou: Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?’  E ouvirão: Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês que praticam o mal!

O que garantiu o sucesso do milagre foi o que Pedro tinha a oferecer: Cristo.

Os melhores médicos e planos de saúde, uma sacola cheia de moedas, um palácio para morar e tantas outras coisas de encher os olhos não resolveriam o problema do moço com necessidades especiais. Até mesmo, se ele conseguisse a cura por um desses meios, ainda assim, sua alegria não seria completa.

Cristo cura, não somente o corpo físico debilitado que temos, mas, Ele faz uma incisão perfeita na alma, atinge em cheio nossos corações, muda radicalmente as nossas vidas e nos capacita para enfrentarmos as dificuldades de cada dia. “Por Ele vivemos, nos movemos e existimos”. (At 17.28)

Foi isso que Pedro deu ao moço na porta do templo. Ele não fez rodeios, nem ofereceu paliativos ao pobre homem. Ofereceu o Dono da Vida, Aquele que “recebeu todo poder nos céus e na terra e debaixo da terra.  Todo joelho se dobrará perante Ele e toda língua confessará que Ele é Deus e Senhor”. (Rm 14.11)

Temos que aprender com Pedro. O que estamos oferecendo as pessoas? O que realmente temos para dar? Segundo Jesus Cristo, “a boca fala do que está cheio o coração”. (Mt 12.34)

Fica novamente a pergunta: O que temos para dar?

Até a próxima!!!

Deus o abençoe!!!

Notas
1. J. Williams, David. Atos, Novo Comentário Bíblico Contemporâneo. São Paulo: Editora Vida, 1985.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.