Chegamos a última parte dessa série. Incrível como o tempo voou! Não demora muito e as festas do fim de ano invadirão nosso dia a dia. Por falar em festa, quem não gosta de receber presente? Talvez alguns não, mas dificilmente encontraremos alguém que não goste de ser reconhecido. Muitas vezes, vidas são marcadas pela gratidão! Não é diferente com os pais, o reconhecimento dos filhos, com certeza, não tem preço!
Observe o texto a seguir: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos? perguntou ele. E, estendendo a mão para os discípulos, disse: Aqui estão minha mãe e meus irmãos! Pois quem faz a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. (Mt 12.48-50). Jesus nos ensina aqui que o 5º Mandamento, além de incluir obediência e respeito, também envolve algo que tem sido esquecido: o reconhecimento. Portanto, também pode ser lido assim: “Reconheça teu pai e tua mãe”.
Diferente do que alguns pensam, ele não estava desprezando sua casa, mas marcando-a na história. Reconheceu a importância da sua família terrena e com isso mostrou o quanto devemos também valorizar a celestial. Assim como a obediência a Deus Pai é importante, também devemos obedecer nosso pai e nossa mãe. Essa seria uma das bases para reconhecer pai e mãe. Existem outras formas além dessa:
a) Marcar a vida deles com o amor que vem de Deus.
Todos que conheceram Jesus, descobriram que Deus passa a vê-los de forma diferente. Pois, “assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co 5.17). Em Cristo somos declarados justos, ou seja, somos considerados como pessoas sem pecado como Jesus, embora nós ainda sejamos pecadores. Em amor, Deus nos constrange a vivermos em santidade de vida como Cristo andou neste mundo. Isso inclui a forma como agimos com os nossos pais. Precisamos considerá-los “justos”, ou seja, dignos de receberem nosso perdão! Portanto, não deixemos o passado determinar nosso tipo de sentimento por eles. Busquemos perdoá-los como o Deus Pai nos perdoou em Cristo! Precisamos cuidar deles, amá-los, tratá-los bem, dar presentes, dinheiro, carinho, atenção…
b) Não desprezá-los por causa da velhice.
Como está escrito, “se uma viúva tem filhos ou netos, que estes aprendam primeiramente a colocar a sua religião em prática, cuidando de sua própria família e retribuindo o bem recebido de seus pais e avós, pois isso agrada a Deus” (1 Tm 5.4). Deixá-los no asilo por não ter condições de cuidar deles é uma coisa a se pensar. Quantas dificuldades nossos pais não passaram para cuidar de nós? Pais de verdade não abandonam seus filhos por nada! Outra coisa, usar o asilo como uma forma de se livrar deles, é pecado. É desonrar pai e mãe. Assim como Deus nos amou incondicionalmente na cruz, precisamos amar nossos pais. A ausência ou a falta de demonstração de carinho deles não justifica nossa falta de amor. Amor é uma escolha e não sentimento. Deus não nos rejeitou, mas escolheu nos amar, mesmo sendo pecadores… Portanto, evitemos nutrir o sentimento de nos livrar deles. Mas sejamos cheios de amor por eles.
c) Respeitar seus limites.
Outro ponto importante a ser lembrado é a idade avançada. Talvez eles não tenham mais o vigor e a velocidade de antes, então é necessário ter paciência também. Muitos possuem o péssimo hábito de tratar pai e mãe como empregados, além de reclamar que são lentos. Exigem que ajudem com os netos, casa, etc… Portanto, sejamos pacientes e gratos, tratando bem, acima de tudo dando amor e respeito. Um dia também envelheceremos. É questão de tempo. “Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam” (Mt 7.12). Quem experimentou o amor de Jesus não pode deixar de amar os próprios pais. Não pode continuar considerando-os como inimigos e nem pode tratá-los com desprezo, mas precisa vê-los como amigos. Disse Jesus: “O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros como eu os amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos” (Jo 15.12,13)
d) Compartilhar também é reconhecer.
Nossos pais esforçaram-se muito por nós. Exemplos ruins de pais, não exclui nossa necessidade de reconhecê-los. Nós não merecemos o sacrifício que Cristo fez na cruz por nós, pois nascemos inimigos de Deus, por causa da nossa natureza pecadora. Mesmo assim, Jesus morreu na cruz em nosso lugar. Qual foi o resultado disso? Todo aquele que pela fé crê em Jesus, é salvo, torna-se filho de Deus e passa a ser amigo de Deus. Retribuir amor quando não recebemos de nossos pais é uma forma de amar. É uma escolha de alguém que sabe o que é ser amado por Deus. É muito bom ajudá-los, principalmente, quando ainda moramos com eles. Dividir as despesas de casa valoriza o esforço, além de mostrar o quanto nos importamos. Quando eles passam por aperto financeiro, também merecem nosso apoio e ajuda.
As escrituras sabiamente dizem: “o pai do justo exultará de júbilo; Quem tem filho sábio nele se alegra” (Pv 23.24b). Viver segundo a justiça de Deus, pela fé em Cristo, é praticar os padrões estabelecidos por Ele, é imitar Jesus. Isso inclui o relacionamento com nossos pais. Precisamos amá-los e perdoá-los. Fazer isso, alegra o coração de Deus e dos nossos pais. Eles acham nos filhos, o refrigério em meio aos desgostos da vida. Vão conseguir ver Cristo na vida dos filhos.
Durante essa série buscamos abordar os principais pontos do 5º Mandamento, onde nos concentramos em 3 principais características: Obediência, Respeito e Reconhecimento. Deus sabe que não somos perfeitos, mas se alegra quando lutamos para amar nossos pais assim como ele nos amou na cruz! Portanto, amemos e perdoemos nossos pais com todo nosso coração! Busquemos em Jesus força e exemplo para isso. Que possamos falar com satisfação, “Eu me esforcei e fiz o possível para honrar meu pai e minha mãe”. Amém!!!
Em Cristo e com amor,
Paulo Corrêa
Notas
REIFLER, Hans Ulrich. A ética dos dez Mandamentos. 1a. Ed. São Paulo: Vida Nova, 1992. Pg 97-98.
Douglas Bond
http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/832/Honra_Teu_Pai_e_Tua_Mae
Integra a equipe de pastores do presbitério da Igreja Batista Reformada de Brasília, Águas Claras/DF. Fundador e Editor do Ministério Justificação pela Fé. É formado em Teologia Livre pelo Seminário Martin Bucer/SP, pós-graduado em Pregação Expositiva e mestrando em Teologia Sistemática pela Faculdade Teológica Reformada de Brasília/DF. É Casado com Pâmela Corrêa, com quem tem uma filha, Ana Corrêa.
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