Todas as religiões e filosofias do mundo, com exceção do Cristianismo, defendem e propagam a ideia de que o homem é bom e pode buscar a perfeição espiritual através de seus próprios esforços. No entanto, a Palavra de Deus nos diz o contrário. Nossa Depravação Total/Radical é real, pois todos nós nascemos completamente e radicalmente separados de Deus, e por isso não podemos fazer nada de bom espiritualmente. Além disso amamos tanto o pecado a ponto de não querermos reconhecer que o mesmo existe. Aceitá-lo, significa assumir a culpa pelos nossos pecados e admitir que o Deus santo e o sacrifício de seu Filho na cruz são reais. “Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3.23). Quando Adão – o primeiro ser humano – desobedeceu a Deus, o pecado entrou no mundo e desde então todos nascemos pecadores, inclinados naturalmente contra o Todo-Poderoso. Da mesma forma que Adão fugiu de Deus quando pecou, sua descendência continua fazendo a mesma coisa hoje.
Nascemos sob a escravidão total do pecado, com a incapacidade de querer, ouvir, obedecer e conhecer a Deus. Atente para este comentário: “nesta manhã, para onde foram todas as estrelas? Algum gigante cósmico veio com uma cesta, pegou-as, colocou-as na cesta e levou-as para algum outro lugar? Para onde foram todas as estrelas nesta manhã? Elas estavam no mesmo lugar, mas não podíamos vê-las. No entanto, à medida que o céu ficou cada vez mais escuro e se tornou negro como piche, as estrelas apareceram na plenitude de sua glória. Quando nos recusamos a ensinar sobre a depravação total do homem, é impossível que glorifiquemos a Deus, a Cristo e a cruz – porque a cruz de Jesus Cristo e sua glória são mais exaltadas quando colocadas diante do pano de fundo de nossa depravação” [2].
Quais as consequências dessa natureza tão desprezível?
Certa vez o Senhor Jesus Cristo disse a Nicodemos: “Digo-lhe a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo” (João 3.3). A palavra ‘ver’ no grego significa ‘conhecer ou familiarizar-se com’ [3]. De forma bem simples e direta, todos nós nascemos “espiritualmente cegos”, não conhecemos a Deus. “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1 Coríntios 2.14). O evangelho está encoberto para os que estão perecendo. (2 Coríntios 4.3). Portanto, ninguém pode conhecer as coisas de Deus se não nascer de novo.
Também nascemos fora do reino de Deus. Jesus declarou: “Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer da água e do Espírito”. Estamos do lado de fora. Não conhecemos e nem pertencemos ao Reino Dele. Só existe uma única forma de entrarmos… É através de Cristo. Pois Ele é o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai, a não ser por Jesus. Há mais de 2000 anos, Ele veio ao mundo como ser humano, habitou entre nós e operou vários milagres, mesmo assim não o reconheceram como Deus (Romanos 1.20-23) por isso não puderam entrar. Gostamos tanto de pecar que não fazemos questão de entrar no Reino de Deus. Há mais de 2000 anos, Ele veio ao mundo como ser humano, habitou entre nós e operou vários milagres, mesmo assim não foi reconhecido como Deus (Romanos 1.20-23). Aqueles que o rejeitaram não puderam entrar no Reino. Quanto a nós, gostamos tanto de pecar que também não fazemos questão de entrar no Reino de Deus.
Jesus afirmou que: “Se o mundo os odeia, tenham em mente que antes odiou a mim. Se eu não tivesse realizado no meio deles obras que ninguém mais fez, eles não seriam culpados de pecado. Mas agora eles as viram e odiaram a mim e a meu Pai. Mas isto aconteceu para se cumprir o que está escrito na Lei deles: Odiaram-me sem razão “ (João 15.18; 24-25). A Palavra de Deus mostra nossos pecados e nos conduz a vivermos contra eles. O ser humano não quer aceitar isso, ama mais seus pecados e o mundo do que a Deus. Nessas condições, o homem é inimigo de Deus, não existe meio termo. Dizem as Escrituras sagradas: “Não sabem que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Quem quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus” (Tiago 4:4).
Além disso, nosso nascimento natural não nos torna filhos de Deus. Dizem as Escrituras sagradas: “o que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é espírito” (João 3.5). Chegamos a esse mundo obscurecidos no entendimento e separados de Deus, com o nosso coração endurecido (João 3.6). Em outras palavras, desejamos o pecado de tal forma a não nos importarmos com Deus. Loucos chegam a crer que Deus não existe, outros acham que Ele é invenção humana… Enquanto não nascermos de novo, continuaremos escravos e cativos à vontade de satanás e debaixo da ira de Deus (João 8.42-44; João 3.36). Segundo Washer, “há tamanha semelhança entre o homem caído e Satanás que, antes da conversão, todos os homens não são apenas seus súditos, mas também seus filhos” [5].
“Não há justo, nem sequer um, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Romanos 3.10-12). Só uma palavra poderia completar esse quadro desesperador: morte. Espiritualmente nascemos mortos em nossos pecados (Efésios 2.1). Nessa situação, não podemos nem sair do lugar. Somos objetos da ira de Deus (Efésios 2.3).
Há esperança!!
Por isso, Cristo é a única esperança que temos: “Eu lhes afirmo que está chegando a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e aqueles que a ouvirem, viverão” (Efésios 4.18). Somente através Dele podemos mudar de vida. Deixaremos a cegueira, a loucura, a rebeldia e a escravidão dos pecados; entraremos no reino de Deus, creremos em Jesus, viveremos por Ele e morreremos por Ele…
Concluímos a partir desse ensino que sem a Graça Salvadora de Deus para nos dar vida e nos tirar da morte espiritual, nunca poderíamos fazer isso por conta própria (João 1.12-13). O Pai vence nossa rebelião e nos atrai a Cristo, por isso Jesus disse: “ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu o ressuscitarei no último dia”. (João 6.44). Sabemos agora que nossa busca pelo Divino só começa depois da ação do Espírito de Deus em nossa vida. Pois é Deus quem efetua em nós tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele (Filipenses 2.13).
Em segundo lugar, nossa incapacidade de querer, de obedecer, de ouvir e de conhecer a Deus revelam nossa rebeldia diabólica. No entanto, depois de convertidos, toda a nossa vida e o que nos cerca não são mais da mesma forma, TUDO se fez NOVO! Não somos mais escravos do pecado e do diabo!!! Somos agora filhos de Deus!! Buscamos a submissão da Palavra, mesmo que sejamos prejudicados tanto financeiramente quanto fisicamente. Amamos a Deus, fugimos e lutamos contra o pecado investindo nas coisas divinas (santificação, amor a Deus e ao próximo, submissão a Palavra, etc..). Somente o salvo em Cristo Jesus vive dessa forma; o resultado da nossa salvação é a Vida Eterna!!! (Gálatas 6.7-8)
Jesus certa vez disse: “Dois homens deviam a certo credor. Um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinquenta. Nenhum dos dois tinha com que lhe pagar, por isso perdoou a dívida a ambos. Qual deles o amará mais? ” Simão respondeu: “Suponho que aquele a quem foi perdoada a dívida maior”. “Você julgou bem”, disse Jesus (Lucas 7:41-43).
Quando conhecemos nossa natureza e o tamanho da nossa dívida, compreendemos que não há esperança longe da soberana e imerecida salvação de Jesus Cristo! Isso nos leva a clamarmos a Deus por misericórdia. Somos conduzidos ao arrependimento de pecados e a amá-lo com todas as nossas forças!!!! “Onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Romanos 5:20).
Notas
[1] – LAWSON, Steven J. Fundamentos da Graça. Editora FIEL, 2012. Pág. 487.
[2] – WASHER, PAUL. 10 Acusações Conta a Igreja Moderna. Editora FIEL, 2012. Pág. 31-32.
[3] – PINK, A.W.Pink. Exposition of the Gospel John, 108-109.
[4] – SPROUL, R. C. Eleitos de Deus. Editora Cultura Cristã, 2002. Pág. 55
[5] – WASHER, PAUL. http://voltemosaoevangelho.com/blog/2012/08/paul-washer-escravidao-a-satanas-a-verdade-sobre-o-homem-610/#ixzz2Ak9pHzBl
Administrador do Justificação pela Fé.