Eu assisti a esse filme muitas vezes, mas recentemente, ao ver novamente, uma cena familiar me fez refletir acerca da vida cristã. Andy tinha recebido Buzz Lighyear de presente na sua festa de aniversário e todos seus outros bonecos estavam se encontrando com ele pela primeira vez. Woody é ciumento a começa a discutir com Buzz se ele era realmente capaz de voar ou não. Isso leva Buzz a provar sua capacidade ao subir na cabeceira da cama e saltar. Ele obviamente não podia voar, ele é apenas um boneco, mas ele rebatia em várias coisas no quarto dando a impressão que estava voando. Depois do “voo”, ele então pousa na cama para o aplauso de todos os outros brinquedos. Woody, em sua inveja frustrante diz: “Isso não foi voar! Isso foi… cair com estilo!”
Isso me fez refletir a respeito da natureza caída do ser humano e no fato que tudo o que nós realmente podemos fazer é cair com estilo. Romanos 3:23 nos lembra que: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. Nós caímos no jardim do Éden com Adão e Eva, e então o pecado se espalhou entre todos nós. Nós nascemos em pecado(Salmo 51) e portanto, nossas melhores obras são como trapos. Entretanto, nós sabemos que podemos ser usados pelo Senhor, podemos ser instrumentos nas mãos do Redentor. Mas ainda assim estamos caindo com estilo.
Não me entenda mal, há vezes em que nós trabalhamos cooperando com o Espírito Santo. Essas são referidas como obras sinergística do Espírito Santo. Nós pensamos no versículo em Filipenses 2:12, “De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor”. Muitas pessoas tendem a parar por aqui, no entanto, o verso 13 diz: “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade”. Esses versos afirmam que nós devemos nos esforçar, mas é Deus quem trabalha em nós. Paulo, com a inspiração do Espírito Santo, foi intencionalmente vago. Nós sabemos que no fim das contas, o Espírito faz o trabalho, mas nós devemos também cooperar com ele.
Voltando ao filme Toy Story, foi o Buzz que subiu na cabeceira da cama e foi ele também que saltou, mas todo o resto foi realizado por uma força externa. Na vida cristã, nós poderíamos dizer, tanto a subida e o salto foram iniciativas do Espírito Santo, mas nós ainda trabalhamos juntamente com Ele. O resto da queda teve seu estilo incorporado a ela somente pela graça de Deus.
Por causa da nossa natureza pecaminosa, nós estamos propensos a adorar homens. Nós damos a nós mesmo muito crédito, e às vezes, nós esquecemos quão maus nós realmente somos. Nós esquecemos que a bíblia conta acerca de um grupo de perdedores. E ainda fala sobre um bando de caídos, pecadores e incrédulos, Deus usa esse bando. Ele usou Noé, que se embriagou e ficou nu logo em seguida, usou Davi, quem cometeu adultério e assassinato, usou seus discípulos, que O traíram quando mais precisava. A bíblia conta sobre esse bando de perdedores e fala somente de um Herói.
Deus trabalha ao nosso lado em esforços sinergísticos. Ele pode usar cristãos para realizar seu trabalho no mundo, então esteja pronto e disposto a servi-Lo. E tenha consciência de que não há nada de bom que podemos fazer a não ser que o Espírito Santo nos capacite, então devemos invocá-lo para servimos da melhor forma possível, e sabendo desde já que essas obras são como “cair com estilo”. Nós devemos também nos relembrar que a principal obra já foi consumada sem nossa participação, ou seja, nossa redenção.
Nossa salvação foi realizada por Jesus Cristo somente e nossa fé vem de uma ação exclusiva (ação monergística) do Espírito Santo. O espírito abriu nossos olhos para nossos pecados e nos levou a abraçar a cruz, não considerando nenhum de nossos esforços. Nossa salvação foi uma obra exclusiva de Deus, e é essa obra que nos leva ao infinito e além.
Autor: John Perritt
Tradução: Henderson Fonteneles
Revisão: Rafael Carvalho
Artigo original: http://reelthinking.wordpress.com/2012/01/03/toy-story-falling-with-style/
Administrador do Justificação pela Fé.